Ah, esse tal amor... Chega a ser cômico tentar descrevê-lo. E, se me perguntarem o porquê, direi simplesmente: único. Único? Como assim? A palavra é única, a sensação é única, o sentimento também o é. Às vezes paro para pensar como se pode medi-lo. Rondam-me várias maneiras para se mensurar, seja quantitativa ou qualitativamente. É querer um bem maior que o próprio bem, é se olhar e ver mais alguém, uma mistura de completar e complementar. Perco-me em meio a tantas definições, tantos pensamentos que poderia passar a vida toda tomando nota de mais uma explicação. Aliás, já tenho feito isso, por toda a vida que desfrutei. Volto a dizer o quão cômico isso se torna. Talvez por conta do riso bobo que isso provoca, ou pela gargalhada gostosa de um momento incontrolável de cócegas. Pode ser o sorriso dos olhos quando se encontra, mesmo tendo se visto há poucas horas, o sorriso da tranquilidade, da serenidade, até a risada da própria risada.
Mas ainda existe o lado, de certa forma, trágico... Quando o amor se depara com outros companheiros mundanos. Quando vai de encontro a uma insatisfação, ou ao abordar um sofrer. Ouvi dizer que o sofrimento não provém do que se viveu e sim do que se projetou e não será (foi) vivido. E lá vem o tal amor indefinido novamente... Como pode ser tão complexo assim? Como pode confundir, desnortear e dar apoio assim? O intrigante desse sentimento são essas variáveis complexas que o acompanham.
Todavia, se me perguntarem ainda se o amor acaba ou se há possibilidade de desistir dele, respondo tão simples quanto a unicidade dele: Não. Ele camufla, ele adormece, ele se esconde em meio a tantos artefatos e artifícios que o mundo oferece.
De tudo isso, ainda fica aqui o relato de um "amador", "amante" ou, melhor dizendo, de uma pessoa que se aventura em continuar a amar sempre: Eu Amo, com todas as realizações e turbulências, com todos os prós e contras, com todos que ajudam e atrapalham, pois, ao repousar minha cabeça em meu leito ao anoitecer, o amor me confortará!