quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Lágrimas

Hoje eu chorei. De alegria, de raiva. Chorei de tristeza, de felicidade...

O vazio e a plenitude tomaram conta de mim. Pois tento lutar contra e o mundo insiste em investir a favor. É uma liberdade de mãos e pés atados.
Ouvi uma música. Todos os dias, alguma música. Canto para me desencantar e o meu encanto vem com o seu olhar. O semblante, não mais o mesmo, preenche, junto com as lembranças, sua saída fugaz, repentina e gradual.
O que resta são as doces ilusões de um sonho, faces de pessoas desinteressantes. Tornei-me uma delas, desinteressante. Elegante, retorno ao espaço que me conforta, fugindo do pensar.
Prendo-me às palavras confusas que permeiam a folha de papel. Lá fora, a vida continua, sem brilho, presenteada pela beleza da Lua, companheira noturna, vezes cheia, outras pela metade, algumas nula, sem estar totalmente ali. Minha fase é essa, tal qual esmaecida.

Hoje eu chorei de amor...

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

(Re) Estruturando

Faltam-me palavras...
Verbalizar as sensações é como enfrentar todos os medos de uma única vez: assustador.
Recaio sempre no mesmo lugar, o posto do pensamento, o local do refúgio.
Lugar onde minhas ideias aparentemente se alinham momentaneamente, construindo em minha mente, frases conexas, coesas. Com sentido até mesmo para mim, que as sinto embaralhadas inúmeras vezes.
E, quando permito que esse inconsciente trabalhe, é como se eu liberasse doses de êxtase para o meu ser, como se eu desabafasse para mim mesmo, como se eu descarregasse o fardo que se é pensar.
Rever conceitos, analisar atitudes, entender e se desentender...
Volto-me em direção ao meu interior, buscando desfrutar um pouco mais da sensação que é se compreender, ainda que de maneira remota e singela.
Nesses momentos, fico perplexo com a capacidade do ser humano de auto análise, de se flagelar e de se vangloriar. Ora por se acreditar em decisões corretas, ora pelo receio das ações equivocadas.
Estudar-se não é uma tarefa simples. Não é como resolver uma equação exata ou responder uma questão objetiva. Vai muito além do um mais um é igual a dois. A resposta pode ser um mesmo, ou três, pode até ser uma resposta negativa. Tudo isso depende da maneira como se enxerga essa soma.
De forma subjetiva, somar-se pode englobar todas as operações matemáticas e, talvez por isso, tenhamos uma infinidade de respostas corretas (ou aceitáveis). Só depende exclusivamente de como se olha para elas e como se as entende.
Recolher-me-ei ao encanto dos sonhos, onde sempre se dá um jeito de tornar nossos pensamentos em frases coerentes, compreensíveis e tão bonitas, que chegam a ser complexas na sua essência. Permitir-me-ei viver assim, na crença de que o que vivemos não é por acaso, é uma combinação de fatores promovidos pelo destino de cada um de nós...
E tenho dito.