sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Regenerando-se

Um flerte. A troca de olhares e a reciprocidade sem palavras. Vê-se começar mais um conto da vida...

E a entrega acontece pé ante pé, conhece-se aos poucos, mas a fluidez dos pensamentos é quase que na velocidade da luz (quando não é maior!). As conversas são mais ricas, as coincidências passam a ser destino, o sentimento é remodelado. São totalmente um do outro.

Loucos, insanos, encontram-se presos e livres, de modo a se permitirem tamanha troca. Inexplicavelmente, um depende do outro e vice versa. Alma e carne já tem tatuados os detalhes de cada ser envolvido.

E, ao caminhar dos acontecimentos, ficam envoltos de sensações estupendas, num indo e vindo de informações que os completam, que os atiçam, que os permitem vislumbrar tantas coisas juntos mas, por enquanto, tudo fica preso na imaginação. Pudor (ah, sempre ele!). Ainda não é chegada a hora de ir além.

Incessantemente, são tomados pelos lapsos da mente. As necessidades são outras, não estando completas apenas com o carinho, o toque, o beijo. E, nesse momento, é que se tem consciência de que precisam dar um passo maior, com um nível de intimidade mais extremo, mais carnal.

Corpos se atracando, submetidos às intempéries do sentimento. Um misto de frenesi e aconchego, vulgaridade e companheirismo. Dois corpos em unidade. E aquela estranha empatia ganha novo formato, mais coeso, mais completo. Em termos...

Nesse vínculo, estão agregados alguns impasses: pessoas inconformadas com a felicidades alheia, famílias que não conseguem discernir entre o que pensam e o que a sociedade impõe, "amigos" com seus conselhos e, não obstante, ciúme doentio. É o fim, um drama que concede um longo momento de sofrimento. Sente-se que não há mais retorno, habitando-se um profundo poço de amargura, perdido em lágrimas que não cessam, afogado em extrema desilusão.

A distância entre o ponto final e o próximo capítulo de uma nova história fere, dilacera, atordoa.¹ Faz-se necessária. Todavia, as consequencias de uma passagem são as mais devastadoras. Perde-se o chão, encontra-se o medo e a sensação de que, ao passo que não se enxerga a possibilidade do novo, também não se sabe como procederá, caso ocorra, um novo escrito no livro das peripécias terrenas.

Seu mundo, por ora, acabou...

¹ Trecho adaptado de Rafael Augusto,
meu tutor, minha referência,
meu parâmetro e anseio.

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