sábado, 27 de agosto de 2011

Mais um ciclo...

Términos são inevitáveis. Assim como necessidades fisiológicas...
Tão inevitável quanto são os pensamentos que rondam nossas mentes!

Outro dia parei e lembrei de cada situação pelas quais passamos. Não fora diferente; algumas lágrimas tomaram conta de minh'alma, o que torna mais difícil cair no esquecimento. Os abraços, os beijos, as conversas, tudo, absolutamente tudo, promove um misto de bem estar e confusão.

Acontece que nem tudo são flores. Essa tal história do felizes para sempre vem acompanhada de tantos outros itens adicionais como carinho, lealdade, confiança... Não há casamentos baseados apenas em amor. Se assim o fosse, amizades também terminariam!
E nesse mundo de conflitos de idéias/ideais, eu perdi, tu perdestes, nós perdemos...

Contudo, a certeza de que nada foi em vão. Adaptações em nossas opiniões, experiências para um próximo, possibilidade de corrigir os erros e, mais ainda, aprimorar nossos acertos. Estive ali, num cantinho do meu quarto, fazendo minhas anotações para memorizar tudo (o que é impossível, pois nós, seres humanos, agimos com o coração na maior parte das vezes). A razão é um item indispensável, mas não atua durante todo o tempo.

Eis-me aqui, mais uma vez, detalhando uma outra passagem dessa minha vida terrena, suprindo-me com palavras confusas, pensamentos distorcidos, memórias de um amor que já não sei quanto amor é! Sei que foi muito grande, mas ele adormeceu, estagnou-se.

Inevitavelmente, escondeu-se em meio a tantas palavras...

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Sensatez Melancólica

Para que palavras
se o meu ser nem sequer consegue decifrar meus sentimentos?

Para que lutar
se meu corpo não esboça um resquício de força para se movimentar?

Para que encantar-me
se meus olhos estão embaçados e os ouvidos não absorvem informações?

Para que chorar
se meu ribeirão de lágrimas secou-se mais que um rio "árido"?

Para que sorrir
se a beleza dos meus lábios ficou ofuscada pelo meu semblante amarelado?

Para que viver
se já não há motivos aparentes para que eu possa desbravar?


Escrevo
pois assim consigo me perder e me encontrar...

Batalho
pois se desisto não tenho história...

Fascino-me
pois permito-me sofrer e deleitar-me em sonhos teus...

Aflijo-me
pois posso diminuir a profundidade da dor em meus prantos...

Alegro-me
pois o amor próprio que me acomete não esmaece...

Existo
pois acredito nas minhas buscas e isso me basta para persistir...

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Nem tão Virtual...

Em meio a tantos outros, eu te vi...
Parecia preso num mundo de conceitos e preconceitos, mas estava lá.
Logo ouvi um som, que acalentava!
Nesse som, pude escutar um pouco de tua alma. Arrebatador.
Em pouco tempo de conversa, um diálogo aconchegante, estávamos lá, entregues.
De corpo e alma!
E, unidos através da distância, conseguíamos nos sentir...
Pude me permitir e, simultaneamente, vi, pelo seu olhar moleque, a sua permissão.
A partir daí, nem mesmo palavras poderiam descrever essa sensação... Gostosa. Mágica!
Nem pude crer que tu estavas ali, comigo, desfrutando cada milésimo de segundo.
Não era apenas mais um, havia algo além... Bem além.
Percebi que a entrega foi peculiar. E foi tão linda! (Obrigado)
Cá estou, mas você não... (Não fisicamente...)
Mas sinto-te, quase como ao meu lado!
Venha, estou aqui... Minha metade ainda precisa de um outro alguém...

Cá estou...

domingo, 21 de agosto de 2011

Soneto de um Louco

Abocanhar-te-ei, ó, sabedoria
Infinda sê tua complexidade
Demasiadamente a tão verdade
Hipnotizar-me-á em tua ironia

Paulatinamente, procuro sim,
Em um contínuo lapso de amargura,
Provar-te, em tua eterna doçura,
O mel que acalentar-me-á sem fim

Porque nesses meus mal traçados versos
Escondem-se a aflição tão fugaz
De um alguém em constantes processos

Pairá de forma chamada tenaz
Conclusões vindas de muitos acessos
Provendo uma solução mais sagaz

Instinto Maternal

Cada vez mais cômica é essa vida passageira. Ao passo que se vê rodeado de pessoas demonstrando uma força colossal, cada vez mais torna-se difícil acreditar que elas estão bem consigo. E, a partir dessa colocação, propõe-se a ajudá-las.

Nesse momento, surge uma vontade descontrolada de falar. Ou melhor, a situação pede que alguém entre em ação. Sempre os mesmos entram... Como fazer para que não se tenha tal atitude? Fica-se impossibilitado de não se fazer nada e, quando menos se percebe, está lá, novamente, balbuciando palavras que se convergem em praticamente um monólogo, vulgarmente visto como um sermão, todavia podendo ser chamado de conselho. Ou conselhos.

O que se passa nas mentes desses descuidados com sua pessoa que não param um minuto sequer para refletirem sobre seus comportamentos/atitudes? Por que insistem em tentar se enganar para camuflar uma vida de amargura e sofrimento?

Tais lapsos tendem a transtornos imensuráveis, culminando numa exposição metódica em que o emissor é taxado de ser dotado de sabedoria infinita (ou mesmo de um qualquer tentando esboçar pretensão de superioridade, manifestação ostensiva de arrogancia), comparável a uma mãe explicando o sentido da vida para um filho.

Contudo, depois de tantas falas (e possíveis falácias), após uma série de tentativas persuasivas, mesmo com toda a retórica muito exemplar, chega-se a um outro problema: e se o emissor também for dotado desses conflitos que agridem de maneira absurda a mente? (E se ele também estiver sendo um camaleão?!) Quem terá a predisposição de ser o protagonista do ato da comunicação? Talvez não exista um ser para que o instrutor seja também instruido...

E assim, vê-se um acúmulo de problemas e (pré)conceitos e desfalques de neurônios no intuito de se amparar alguém e, todavia, nem sequer ter a possibilidade de ser amparado. A quem recorrer numa situação dessa? Alguém quer ser "mãe"?

"Talvez seja só carencia, talvez seja solidão, mas o ser humano não está tão preparado para uma sobrecarga de emoção!"

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Dois...

No fundo a gente quer
amar, gostar, sentir.
Se embebedar em palavras.
Depois se atracar em beijos,
surrurrando estrofes,
se deliciando em sílabas.
Apaixonar-se idiotamente,
providenciando em olhares
um resquício de saudade,
de ficar juntinho,
admirando-se rumo ao horizonte...

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Enfim Só

Em meio às negras nuvens, no silêncio escuro de minh'alma, sinto um vazio que dói.. Muito. Descontrolado. O movimento de minhas pálpebras ameaça permitir que prantos rolem de meus olhos. Tão logo, encontro-me e perco-me na frieza do meu ser, com tantas pessoas ao redor. Solitário. Cadê minha infância, o meu "eu" brincalhão?

Guardado, em alguma gaveta, está o diário, com lágrimas de um dia em que eu estava folheando-o, relendo os momentos felizes.

Dói. Ah, como dói. Não há tanto tempo para brincadeiras, as companhias já são outras. O mundo também. Eu não, ainda estou aqui, confessando meus medos e realidade. Nua e crua.

Não gosto mais de mim, já não sou mais o que quero ser. Estou em um lugar onde preciso ser notado fingindo ser outro alguém. Escolhi Otávio. Otávio Braga. Não me reconhecerão. Estarei naquela gaveta, em meio às páginas borradas, lacrimejadas. Perdido e achado.

Enquanto isso, um ator. Na vida real, quem diria! Procurando se adequar aos novos princípios, confusos. Brutais. Massacrantes. Quero te encontrar, saber quem é você, conhecê-lo melhor, viver à sua maneira. E perguntar: "É verdade? Você existe?". Existi, e fui covardemente atacado pela sociedade.

Venha, volte comigo! Não posso, estou resguardando o pouco que restou...

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Preso no tempo

O sorriso.
Um olhar penetrante.
Seu jeito meigo me cativou.
Desconcertou-me.
Estava desprevenido, chamou-me a atenção.
Arrebatador, veio sem avisar e conquistou-me!

(Ah, o lance da conquista...)

Sublime e intenso.
Sorrateiramente veio.
E marcou um lugar.
Minha mente é plena de pensamentos seus.
Não amo, tempo falta.
Encanto define, e muito bem.
Fiquei bobo, e foi bom.
Está sendo, a propósito.
Quero sentir seu rosto, sua pele, sua pulsação, seu toque.
E a certeza de que te verei e tão avassalador será.
Beijar-te na calada da noite me alimentou a alma, por instantes!
Tomou meu corpo por completo.

Quero...

Memórias do que não vi (Borbulhando)

Um minuto. Foi o tempo que tive para tentar juntar o maior número de informações visuais, processar tudo e deixar minha mente promíscua viajar através de um mundo que vi pela janela da sala. No mesmo lugar onde divido os momentos com aquela pessoa.

Não consigo expressar, mas sei o que senti. E sinto. Uma mistura de curiosidade e êxtase. Imaginar esses corpos se atracando, num movimento animal, voraz. Estranho, por ser desconhecido, e agradável, por causar tamanha confusão psicológica. Afoito. Intriga-me o fato de saber e, ao mesmo tempo, não saber.

Dois e nada mais. Quentes (notoriamente quentes), no calor do domingo morto. Buscando exalar fluidos corporais. E o que pensar? Não sei canalizar as informações, flutuam numa velocidade tão intensa quanto o sangue ferve em minhas veias. Sensual e sexual, por que não?

O seu suor escorre por sobre o meu. Essa chama arde, puntualmente. E queima paredes, lençóis, o chão do meu quarto. Não estou com você, talvez em carne, contudo, minha alma mente e a minha mente acalma a alma, por instantes, satisfazendo-me na cama. Sem confortar meu espírito, deixando-o de lado.

É chegada a hora. O auge, o ápice desse momento. Tiro o que não me pertence mais (ou melhor, não lhe pertence). Recolho o que é meu, visto minhas roupas, lavo minhas mãos e rosto. Enxergo-me novamente através do espelho. Minh'alma dá uma espiadela, sem me recriminar. Foi necessário! Saio por essa porta. E eu, ali na janela, espero-te.