domingo, 21 de agosto de 2011

Instinto Maternal

Cada vez mais cômica é essa vida passageira. Ao passo que se vê rodeado de pessoas demonstrando uma força colossal, cada vez mais torna-se difícil acreditar que elas estão bem consigo. E, a partir dessa colocação, propõe-se a ajudá-las.

Nesse momento, surge uma vontade descontrolada de falar. Ou melhor, a situação pede que alguém entre em ação. Sempre os mesmos entram... Como fazer para que não se tenha tal atitude? Fica-se impossibilitado de não se fazer nada e, quando menos se percebe, está lá, novamente, balbuciando palavras que se convergem em praticamente um monólogo, vulgarmente visto como um sermão, todavia podendo ser chamado de conselho. Ou conselhos.

O que se passa nas mentes desses descuidados com sua pessoa que não param um minuto sequer para refletirem sobre seus comportamentos/atitudes? Por que insistem em tentar se enganar para camuflar uma vida de amargura e sofrimento?

Tais lapsos tendem a transtornos imensuráveis, culminando numa exposição metódica em que o emissor é taxado de ser dotado de sabedoria infinita (ou mesmo de um qualquer tentando esboçar pretensão de superioridade, manifestação ostensiva de arrogancia), comparável a uma mãe explicando o sentido da vida para um filho.

Contudo, depois de tantas falas (e possíveis falácias), após uma série de tentativas persuasivas, mesmo com toda a retórica muito exemplar, chega-se a um outro problema: e se o emissor também for dotado desses conflitos que agridem de maneira absurda a mente? (E se ele também estiver sendo um camaleão?!) Quem terá a predisposição de ser o protagonista do ato da comunicação? Talvez não exista um ser para que o instrutor seja também instruido...

E assim, vê-se um acúmulo de problemas e (pré)conceitos e desfalques de neurônios no intuito de se amparar alguém e, todavia, nem sequer ter a possibilidade de ser amparado. A quem recorrer numa situação dessa? Alguém quer ser "mãe"?

"Talvez seja só carencia, talvez seja solidão, mas o ser humano não está tão preparado para uma sobrecarga de emoção!"

Nenhum comentário:

Postar um comentário