segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Memórias do que não vi (Borbulhando)

Um minuto. Foi o tempo que tive para tentar juntar o maior número de informações visuais, processar tudo e deixar minha mente promíscua viajar através de um mundo que vi pela janela da sala. No mesmo lugar onde divido os momentos com aquela pessoa.

Não consigo expressar, mas sei o que senti. E sinto. Uma mistura de curiosidade e êxtase. Imaginar esses corpos se atracando, num movimento animal, voraz. Estranho, por ser desconhecido, e agradável, por causar tamanha confusão psicológica. Afoito. Intriga-me o fato de saber e, ao mesmo tempo, não saber.

Dois e nada mais. Quentes (notoriamente quentes), no calor do domingo morto. Buscando exalar fluidos corporais. E o que pensar? Não sei canalizar as informações, flutuam numa velocidade tão intensa quanto o sangue ferve em minhas veias. Sensual e sexual, por que não?

O seu suor escorre por sobre o meu. Essa chama arde, puntualmente. E queima paredes, lençóis, o chão do meu quarto. Não estou com você, talvez em carne, contudo, minha alma mente e a minha mente acalma a alma, por instantes, satisfazendo-me na cama. Sem confortar meu espírito, deixando-o de lado.

É chegada a hora. O auge, o ápice desse momento. Tiro o que não me pertence mais (ou melhor, não lhe pertence). Recolho o que é meu, visto minhas roupas, lavo minhas mãos e rosto. Enxergo-me novamente através do espelho. Minh'alma dá uma espiadela, sem me recriminar. Foi necessário! Saio por essa porta. E eu, ali na janela, espero-te.

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